Quem sou eu

Quem sou eu à plena circunstância

A intuir sobre palavras que bocejam,

A pelejar carinhos e dengos da magia de mãos precisadas...

Sou mãe antes de mais nada, a farejar olhos famintos quando a fome assola.

Sou bica carregada d´água fecunda que esmaece pelo lago azul.

Quem sou eu que carrega criança grande no colo a despejar agruras pelos cantos afora.

Quem sou eu que com olhos marejados de labuta, faz cozer os dedos em fogão reluzente e fumegante...

Sou mãe madura como os caquis em plena colheita.

Sou verde de saudade dos olhos saudosos de colo quando sofrem...

São esses os meus meninos que nunca crescem e me assombram de carinho todos os dias.

Sou mãe de todo dia, tão sabida e tão crua, que as vezes padeço no canto...

A fazer-me lembranças de horas úmidas das tardes chuvosas.