Na estante do meu avô

Na estante do meu avô

Eu lera quando criança

Poemas de Castro Alves

Loucuras de Sancho Pança

Os sonetos de Bilac

Pai Goriot de Balzac

E victor Hugo da França

Eu li Pata da Gazela

Um romance de Alencar

Depois Moleque Ricardo

De José Lins do Pilar

Trevas de Coelho Neto

Um romancista discreto

Figura espetacular

Naquela estante poética

Tinha livro de valor

Vi lá Gustavo Flaubert

Um genial escritor

Os Doze Pares de França

Eu lera quando criança

Antes de ser cantador

Li também Paulo Barreto

Com seus contos geniais

Depois sonetos famosos

De Vinícius de Moraes

Também Monteiro Lobato

Pintando o melhor retrato

Desses Brasis desiguais

Eu li Noite na Taverna

Outro livro puritano

Depois a Bela Eneida

Do poeta Mutuano

Os poemetos de Horácio

Decameron de Bocácio

E Antônio Feliciano

Contos de Pinheiro Chagas

Eu li com todo pendor

O famoso Miguel Torga

Outro portento escritor

Figura de Portugal

Como Antero de Quental

O mais nobre trovador

Eu li Fernando Pessoa

Com poemas de Caero

Antônio Nobre também

Outro vibrante troveiro

Os romances de Amorim

Os contos de bernardim

Pro de Guerra Junqueiro

Com histórias da meia noite

Eu terminei fascinado

Dom Casmurro e Quincas Borba

Do nosso grande Machado

Li romances fabulosos

E contos misteriosos

Do grande Plínio Salgado

Nessa estante também li

O famoso Gil Vicente

Teatrólogo português

Beletrista transcendente

Camilo Castelo Branco

Com seu poetar franco

Falando da sua gente

Eu sinto imensa saudade

Daquela estante singela

Daquele acervo constante

Que fez minha infância bela

relíquia do meu avô

Que o tempo desmoronou

E me pôs distante dela

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 22/11/2013
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