AS CURVAS DO RIO NUNCA SÃO IGUAIS

MIRIÃ MARIA

Minha irmã

Um dia, dona curiosidade bateu-lhe à porta

E ela abriu

Não sentiu o medo que as grandes descobertas

Nos impõe

Não foi uma surpresa saber o quanto

Precisaria dormir para crescer

Nem que as curvas dos rios nunca são iguais

Ou que certas flores não possuem perfume,

Nós é que o escrevemos

De acordo com o nosso humor.

Muito menos que as raízes das árvores

Crescem a revelia do caminho que Deus determinou...

Dona curiosidade acertou

Quando disse: Menina, vai fazer o que acha ser melhor para ti!

E ela foi

Estudou o caminhos das raízes

Conversou com filósofos

E demais desocupados que pensam as coisas

Pensam, pensam

Mas não dormem na terra

Não entram na profundeza úmida dos dias.

Dona curiosidade tocou fogo

No horizonte

E no círculo menor

Viu o improvável acontecer:

A vida brotar indefesa do céu.

Ricardo Nonato 20.09.13

RICARDO NONATO ALMEIDA DE ABREU SILVA
Enviado por NATINHO SILVA em 07/03/2014
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