POEMA PARA MAURÍCIO

(Para Maurício Marinho, no seu leito de morte)

Não se cale a voz do seresteiro

Não se perca o som do seu cantar

Não se pode, a quem ouve, sonegar

A voz rouca desfiando o cancioneiro

É mister que cure o cantador

Faz-se urgente resgatarmos-lhe a saúde

Pra que volte a tocar mais amiúde

E espante deste mundo alguma dor

Temos sede de ouvir a sua lira

De ouvir, no seu toque, o dedilhar

Como as cordas da viola ao vibrar

No diálogo da canção que o inspira

Que entre nós permaneça por mais tempo

Alegrando-nos as tardes ociosas

De cantigas sincopadas e chorosas

De galhofas, brincadeiras e talento

Um talento que sucumbe ao desperdício

Que não brilha, certamente, o quanto pode

Mas que existe, por detrás do seu bigode

E que atende pelo nome de Maurício

JCMARINHO
Enviado por JCMARINHO em 10/04/2014
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