"FAMÍLIA QUE REZA UNIDA..."
Trago ainda bem vivas na mente e no coração,
Imagens da família reunida ao findar do dia,
Em torno do chefe, joelhos fincados no chão,
Para a Deus rezar entre Credos e Ave Marias.
Lembro-me bem da avó e do velho pai Candé
Que compenetrado comandava a reza do terço;
Alimento que sustentava a fragilidade na fé,
Uma reza comprida, esticada: não me esqueço.
E como demorava, como cansava aquilo tudo!
Após o terço, às vezes vinha sempre uma ladainha;
Aí o pensamento fugia, muitas vezes ficava mudo;
Não tinha jeito: depois do bocejo, o sono logo vinha.
Finalizando as rezas, jaculatórias ainda se rezavam:
Do “Sacratíssimo Coração de Jesus”, e de Maria,
E do seu “dulcíssimo e boníssimo coração”,
Como uma senha, ou mesmo um sinal, já sabia:
A cama esperava, terminou finalmente a “rezação”!
J. Mercês – 20/7/2014