POEMA DA SEPARAÇÃO

As aves que fogem

Não são minhas aves!

Minhas aves são puras,

São meigas, serenas,

Nos ramos de murta

Sacodem as penas...

Minhas aves são lindas,

São todas assim:

Mais belas que todas;

Só cantam pra mim...

Minhas aves me beijam

No albor das manhãs;

Aquecem-me ao ninho

Nas noites de frio;

Embalam-me ao sono,

Me chamam de dono,

Me enchem de brio...

As aves que fogem,

Não são minhas aves...

Embora tão belas,

São aves apenas,

São aves sem pena,

Sem pena de mim.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 13/01/2016
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