o Filho que nunca tive

nascer crescer evoluir morrer

os livros falam é isso

que devemos fazer

sem metrificar sem nomenclar

sem destinar ou tão pouco enrolar

os livros falam esse é nosso desatinar

e a caneta treme

e a letra perde a beleza

e o canto geme

ate a alegria vira tristeza

pois não sou parte desse livro

não sou parte do poema

sou a verdade mentirosa

de uma partícula pequena

que desprendesse do mundo

que no coração profundo

não achou o seu averso

o final ou o começo

de um reprodutor sozinho

como um pássaro sem ninho

voando sem ter destino

e lembrando do menino

produzido em pensamentos

de um não reprodutor

pra minha cura não há doutor

que sane minha tristeza

e nem mesmo a natura

colore o seco da dor

de um sou sem ser quem sou

perdido num tal inverso

que nem mesmo o próprio inverso

achou quem lhe completou

e lembrado me dos livros

da palavra tão fugaz

nascer morrer tanto faz

isso são coisas da vida

mais vida sem ser vivida

é vida jogada fora

deus me livre de ir embora

deixando a vida pra traz

Tony Aldair P. Silva

Tony Aldair
Enviado por Tony Aldair em 14/07/2017
Código do texto: T6054291
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