PALAVRAS SEQUENCIAIS

àqueles que não se libertam

Viver, verbo em desuso no lar meu de outrora

Porque dentro dele, saudade não mais me pertence.

Pertenço ao tempo dos ouvidos abertos ao sofrer

Por parte da genitora, magra, sofrida, falante...

Os que moram naquele canto, não santo

Clamam pela continuidade do nada.

Os que saem, voltam, participam do ficar

Não como dois, apenas enquanto passante...

O lugar já não mais é o mesmo

Tem rachaduras que ficaram com o tempo.

O choro é duradouro e ninguém se liberta

Ali mesmo plantam o que nunca se é marcante...

As palavras da mãe que me fala

São muitas, poucas escolhidas

Porque a escolha é coletiva, única.

Sentir-se aprumado num desvio errante.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 27/07/2018
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