Meu Pai

Meu pai era um cara torrão

Que ajardinava os terrenos e andava a pé

Meu pai tinha medo da madrugada não

Pisava na cobra e enfrentava ladrão na sua fé

Meu pai um caipira sorridente

Que chamava minha mãe prá limpar coisa que caiu

Cuidava da família, cuidava da gente

Era bravo, rústico, simples e partiu

Deixa saudade, uma lembrança na mente

Agora as coisas fazem sentido, se entende, sabe o que ficou

Não se explica como sinto, como sou, o que está diferente

Sinto feliz ao enfrentar o medo como ele enfrentou

...

Ah se estivesse aqui com o que sou hoje!

Um abraço te daria no mais simples aperto de um filho

Entendo que ele era homem desta sorte

Valente coração, humilde maltrapilho

E hoje meu filho (queira Deus que venha)

Vai aprender com o avô que outrora não conheceu

Estórias tristes de pau de arara, em fazer fogo com lenha

De um velho que para filhos chorou e para eles viveu

Meu filho vai ter honra como homem trabalhador

Exemplificar o avô que de pás, calo e tesoura na mão

Ajardinava o jardim, embelezava a flor

Meu filho há de ver ardor, passado, paixão

O novo, velho ficou

O velho, renovo

Na ausência, carinho, vida que dedicou

Entendi que o orgulho para o amor é um estorvo

E, se desejamos amor

Humildes devemos ser

Tirar orgulho, ser caipira inspirador

Com meu pai, velho senhor, meu filho vai saber

Leonard Matched Valid
Enviado por Leonard Matched Valid em 01/03/2024
Código do texto: T8010619
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.