Meu Pai
Meu pai era um cara torrão
Que ajardinava os terrenos e andava a pé
Meu pai tinha medo da madrugada não
Pisava na cobra e enfrentava ladrão na sua fé
Meu pai um caipira sorridente
Que chamava minha mãe prá limpar coisa que caiu
Cuidava da família, cuidava da gente
Era bravo, rústico, simples e partiu
Deixa saudade, uma lembrança na mente
Agora as coisas fazem sentido, se entende, sabe o que ficou
Não se explica como sinto, como sou, o que está diferente
Sinto feliz ao enfrentar o medo como ele enfrentou
...
Ah se estivesse aqui com o que sou hoje!
Um abraço te daria no mais simples aperto de um filho
Entendo que ele era homem desta sorte
Valente coração, humilde maltrapilho
E hoje meu filho (queira Deus que venha)
Vai aprender com o avô que outrora não conheceu
Estórias tristes de pau de arara, em fazer fogo com lenha
De um velho que para filhos chorou e para eles viveu
Meu filho vai ter honra como homem trabalhador
Exemplificar o avô que de pás, calo e tesoura na mão
Ajardinava o jardim, embelezava a flor
Meu filho há de ver ardor, passado, paixão
O novo, velho ficou
O velho, renovo
Na ausência, carinho, vida que dedicou
Entendi que o orgulho para o amor é um estorvo
E, se desejamos amor
Humildes devemos ser
Tirar orgulho, ser caipira inspirador
Com meu pai, velho senhor, meu filho vai saber