"Confeço: Sou Escritor Proficional" =Humor sem carapuça=
Às vezes eu se lembro-me de mim
E fico quietinho se admirando-me
Como Deus me fez perfeito assim?
É coisa que se fico perguntando-me
As mulheres se caem-se a meus pés
Querendo a alegria de poder me dar
Tudo que de mais valioso elas têm
E ainda mais me querendo-me ofertar
Nasci-me bonito e muito gostosão
Minha inteligência é uma total raridade
Depois de me ver-me, só resta tesão
Que sente o mulheril desta cidade
Minha cultura é muita, assombrosa
Posso escrever até uns dicionários
Ou uma enciclopédia bem poderosa
Pra uso dos tais dos universitários
Pra tal daquela academia de letras
Os velhinhos ainda não me convidaram
Deve ser por causa das tais tretas
Que acadêmicos invejosos armaram
Sou muito modesto, fico até vermelho
Quando tenho que me confessar-me:
Li toda a obra daquele Paulo Coelho
E aumentou ainda mais meu charme
Quando se recordo de minha pessoa
É que mais acredito que Deus existe
Como se pode se ser tão boa pessoa
A tal ponto que ninguém resiste?
Quando minha pessoa vem à memória
Sinto-me até um pouco incomodado
Será que será justa comigo a História
Ou serei por ela, no futuro, olvidado?
Uma estátua acho que mandarei erigir
Mesmo que seja no peito e na raça
Pra quando eu não mais se existir
Me colocarem-me no meio da praça.