Pobre mas limpim
(Sobre o artigo de Luciene Garcia- Pobre porém limpinho)
Sentada no sofé de curvim
Faço crochê caprichado,
Caminho de mesa pra mim
É enfeite bem acabado...
Depois esquento o jantar
Do "tapuér" retirado,
Vasilha limpa de Kibon
É utensílio reciclado!
Para acompanhar a comida,
Faço um suco saboroso,
Mas como está no fim...
Misturo água, que gostoso!
Para sobremesa então,
Sirvo danone gelado
Não deixo de lamber a tampa,
Tudo é bem aproveitado!
Quando chega o fim de semana,
Vou logo providenciando,
No churrasco lá no clube
Guaraná-maça vou levando...
E minha vida sigo assim,
Tudo reaproveitando...
Do resto daquele almoço,
Farofa gostosa jantando!
O que seria de nós,
Dócil povo brasileiro,
Se não poupasse o real
Todo o dia, o ano inteiro?
Quem vê a casa enfeitada,
Com lindas flores à frente
Não sabe que ali no fundo,
Há uma mulher previdente!
À Luciene Garcia,
Que dos pobres se lembrou,
Envio estes versinho
Mexidinhos no que restou!
Como diz aquele ditado
Aprendido em criança,
É de grãozinho em grãozinho...
Que se faz nossa bonança!