Fisiologia do Desamor

Ela era linda e apaixonada

Seria minha eterna namorada

Vestia roupa fina e decotada

Sua silhueta toda desenhada

Vesti-me em beka pra cervejada

Camisa com a calça amarrotada

Morto de fome ataquei a feijoada

Couve farinha de ovo mais nada

Tirei-a p’ro salão numa dançada

A música rolou sem dar parada

O gesto gentil deixou-a animada

Bailamos soltos pela madrugada

Eis então uma cena amaldiçoada

No balanço flatulência desatada

A moça deu ré e uma tonteada

Saiu à rua para uma respirada

Tomou a pinga numa golada

Não esperou a outra rodada

Correu p’ro carro disparada

Nunca mais soube da coitada

Novembro 2010