Duelo II
Enfraquecida pela saudade T se rende dizendo
T você tem pressa!
S pressa não! Paixão!
Emudecida, pela paixão recolhida, diz
T corre então...
S feliz da vida corre para o portão
T percebe sua falha, puxa S pelos cabelos, coitada
S desacorçoada, manda-lhe um tapa na cara
T usa de sabedoria: para! Tudo tem sua hora, seu tempo! Se você estragar tudo te arrebento todinha
S sente o drama, vai sozinha para a cama: solidão, solidão, sem T não posso sair não
T eu não deixo mesmo, esse fogo tem que ter jeito. Vai dormir, ou ler um bom livro é melhor. Amanhã o sol nascerá e nos dará um novo olhar. O que sentes também sinto, temos é que ter juízo
S juízo! Juízo! Juízoooooooooooooooooooo! O juízo morreu de velho, trancado no cemitério!
T só se for para os desajuizados. Que morrem todos os dias, arrependidos, por não ter juízo.
S aqui! Já cansei desse papo certinho! Vou dar um rolé, hoje vou ficar até com o Zé! Isso sim é mara, dona maré.
T daqui você não sai! Se tentar quebro teu pé!
S experimenta! Quero ver você andar de muleta!
T para de me desafiar! Use a inteligência que ainda lhe resta! Vive de emoções intensas! valorizando demais as passageiras! Segura a tua onda é melhor!
S você querendo me ensinar a ter juízo para eu andar? Nunca fiquei na corrente. Livre sou para voar. Quem tentar me prender, me perderá.
T agora zangada
Do discurso da desmiolada
Percebe que suas palavras
Na verdade de nada servem
Parecem não resolver nada
Pensa, quem sabe seu der asas...
T vai! Vai logo! Não apareça nunca mais! Com baixo escalão eu não moro não!
S demoro! Aqui, tipo, sem você não posso ir! Dá pra me liberar ai?!
T joga S no chão, põe seu pé sobre o pescoço e diz: se você ainda não entendeu, que manda nessa casa sou eu. Você sempre voará, mas não para me matar. Toma o teu choro e vai tomar um banho, deixa lá tuas tristezas. Segura tua onda! Aquieta teu fogo! Vai assistir filme! Se fizer besteira sou eu que vou passar a noite de lua cheia. Acalma, eu te peço!
S o dia que eu o encontrar
T em tudo irá se comportar.
S quero ver você se segurar, com as pernas bambas irás ficar
T quando uma aliança em meu dedo entrar, ai você irá governar...
S ai mocinha certinha! Deixa de ser inocente!
T inocente sim! Objeto não! Você em mim um fogo consumidor! Te dominar, um triste ardor.