FOBIAS (Pense num cabra medroso!)

Conversei com um amigo,

Que tinha um medo mortal,

De tanto assistir TV,

E tambem de ler jornal.

Dorme tarde acorda cedo,

Por que tambem tinha medo,

Do sereno matinal.

Um dia ele em contou,

Que sua vida é um castigo.

Quando olha em sua volta,

Em tudo ver um perigo.

Nos jornais tem todo dia,

Que muita gente morria,

Por quem dizia ser amigo.

Você anda de avião?

Eu perguntei lhe acalmando...

Ele disse: Nem pensar,

Eu não ando nem sonhando!

Saiu no rádio outro dia,

Que um avião caia,

Mais de duzentos matando!

Mas de carro você anda...

Fui perguntando contente.

Ele falou: Ta maluco?

Nem que ganhe um de presente.

Um dia desses me contaram,

Que três carros abalroaram,

No mais terrível acidente.

E como é que você faz,

Na Hora de viajar?

Ele falou: Vou a pé,

Assim eu posso evitar.

Mas ando preocupado,

De um carro desgonvernado,

Um dia me atropelar.

Eu ouvindo uma notícia,

Numa rádio da cidade.

Um onibus desgonvernado,

Causou uma fatalidade.

E subindo uma calçada,

Tinha uma velha descuidada,

Partiu-a pela metade.

Que dizer que é só em casa,

Que tu se sente seguro?

Ele falou: enganou-se,

Aí o medo vem com juro.

Já mandei cortar a luz,

Que só perigo conduz,

Agora vivo no escuro.

Mas essa que vou contar,

Vou lhe pedir um segredo.

Caminhando no escuro,

já me tremendo de medo,

Eu levei uma topada,

Caí de cima da escada,

Acordei de manhã cedo.

Eu perguntei: Meu amigo,

Mas comida você faz?

Ele falou: eu fazia,

A bastante tempo atrás!

Um dia nos jornais saiu,

Que um prédio inteiro explodiu,

com vazamento de gás!

Eu disse assim: encontrei,

Uma forma bem bacana.

Cozinha com um fogareiro,

Falei sem bater pestana

Ele falou, Não dar certo,

Já vi um homem de perto,

virado numa tocha humana.

Só compro comida fora,

De preferencia geléia.

Temo osso de galinha,

Enganchado na traquéia.

E nada de enlatado,

Com medo de bucho inchado,

Ou então de diarréia.

Um ossinho na garganta?

Poderia ser fatal!

Vivo tomando remédio,

Para evitar qualquer mal.

E a tal poluição,

E doença de pulmão,

O pior é hospital.

Pois então more no campo,

Lá saúde tem de sobra.

Ele falou: não dar certo,

Lá a morte se desdobra.

Uma mula pode coiçar,

E como vou me livrar,

De uma picada de cobra?

Não vou mais sair de casa,

Tenho um jeito de escapar...

Garanto que não me pegam,

Vou procurar me safar

Pra acalmar meu coração,

Só tem uma solução

Eu vou me suicidar!