A JANELA DE ESPERANÇA



Quando a paixão arrebatou o coração
Conquistar tornou-se obsessão.
Depois de muito pesquisar
Descobriu o endereço de sua amada.

Mudou seu trajeto para o trabalho
Na intenção de encontrá-la por acaso.
Dias passaram e nada.
Tentativa frustrada.

O rapaz trocou o carro pela bicicleta
Na vã esperança de encontrá-la na calçada.
Um dia choveu e seu plano aguou.

O rapaz apaixonado se disciplinou.
Acordou mais cedo
Percorreu o trajeto à pé.
Todas as manhãs seu coração acelerava
Quando se aproximava da casa da amada.

Numa manhã ensolarada
Encontrou uma das janelas entreaberta.
Lá estava ela diante do espelho
Toda bela, ajeitando o cabelo.
Olhou de relance e seguiu adiante.

Mais um dia se passou
E lá estava ela passando batom.
Beleza! Pensou com seus botões:
Um dia a encontro no portão.


Atrasou sua saída ao trabalho
Mas a tentativa foi em vão.
Janela fechada.
Janela fechada.
Janela fechada.
Nada de encontrar a amada.

Obstinado, ele não desistiu.
Voltou a sair mais cedo de sua casa.
E então foi abençoado.
Lá estava ela diante do espelho
De babydol vermelho.

O jovem ficou todo emocionado
Diante da janela, ele parou hipnotizado
Admirando-a por inteiro.


De repente, ela virou o rosto.
Olhou pela janela.
Ele tinha sido descoberto.

Instintivamente ele recuou
E na calçada tropeçou.
No meio do caminho havia um poste.
Bateu a testa e zonzo ficou.

Envergonhado, olhou novamente para ela.
Que já estava diante da janela.
Para sua surpresa,
Ao invés de ser censurado,
Ela entregou-lhe um bilhete, que dizia:

“Amanhã, passe mais tarde para irmos juntos ao trabalho”.

Esperança.


Escrito por Cristawein.



 
Cristawein
Enviado por Cristawein em 01/07/2013
Reeditado em 22/09/2013
Código do texto: T4367403
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.