Se beber não verseje

Eu seei que bebi demaais,

Porra, eu não vou dirigi...

Porrtanto me dexem em paiz,

Vou escrever, se consegui...

Poeta eu sô bão inté bibido,

Perna fraqueja cabeça avoa;

Quarqué moote disperta a libido,

E transo cus verso na boa...

Posso cantá à Rapunzel aquela,

Ou iscoiê outros modelos,

Ela jogou a torre peela janela,

Pro príncipe libertá seus cabelos...

Ou à chapeuzinho vermeio,

Que se perrdeu na floresta;

E achou o patinho feio,

Enquanto vovó fazia a festa...

Ou o burrinho do chereque,

Que muito fala e diz poca cosa,

Figura muito homi o muleque,

Que aarranja dragão para esposa...

Seei que eu tô muito ecléético,

Misturando insônia com sono;

não espere coerência dum pilético,

verso de bebum num tem dono...