OLHO DE TANDERA

OLHO DE TANDERA

Não vou mais te convidar

Para ir lá em casa

Teu olhar já me secou

A arruda e o pé de espada

Até o chifre de veado

Caiu no chão

A cidreira está nervosa

Em pavorosa agitação

Já mandei benzer

Em prosa

E devoção

Me apeguei ao Santo Pai

Em procissão

Fui

Mas esse teu olhar

Eu não sei não

Você acha que sou rico

Que tenho tudo

Que sou o dono do mundo

Que minha vida é um céu

Mas teu olho quando mira

A coisa seca

Até minha pimenteira

Está doce como um mel

A roseira não deu flor

Dama da noite sem cheiro

O meu bolso sem dinheiro

Vou cuidar de minha flor

Vai que o teu olho veja

O meu amor

E ali eu não esteja

Pronto para o desamor

Carlinhos Real
Enviado por Carlinhos Real em 13/12/2014
Reeditado em 30/12/2014
Código do texto: T5068199
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