A MAGNATA

A MAGNATA

Na roça plantei batata.

Quão grande ela crescia!

Eu vou virar magnata,

Aumentando a freguesia.

Resolvi plantar cebola

E regava todo dia.

Por uma vasta distância,

A danada se expandia.

Num roçado de feijão,

Dediquei-me com capricho.

Só que houve uma "invasão:"

No feijão surgiu o bicho.

Comecei a plantar alho

E o tomate também.

Houve apenas ato falho:

Deles não tive um vintém.

Não desisti, sou teimosa,

Investi num milharal.

Plantação tão primorosa,

Destruiu um vendaval!

Ideal de magnata

Ainda permanecia.

A cebola e a batata,

Em meio ao mato, sumiam.

Ouvi voz que me dizia:

Volta lá para a cidade,

Desiste dessa mania,

Vai viver tua mocidade.

Preparei minha mochila

Com poucos trapos que tinha.

Na vida não se cochila,

Nunca ousei perder a linha.

Assim termina a etapa

Da agricultora fajuta:

No destino dei um tapa,

Fiquei mais bela e enxuta!!!...

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 25/02/2015
Reeditado em 04/03/2015
Código do texto: T5149487
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