Herança Maldita

De agregados e parentes

Não se conhece ninguém

Até que parta o abastado

E deixa de herança, uns vinténs

O bem querer se evapora

A rivalidade se instala

E o respeito vai embora

Cada qual tem mais motivos

De querer a maior parte

Nesta hora de discórdia

Manter a paz é uma arte

Jaz no leito o falecido

Espera por um caixão

A todos ele já conhece

Ciente de quem merece

Receber o seu quinhão

Depois do adeus ao finado

Mal o esquife é baixado

Se despedem do vigário

Pro cartório vão correndo

Pra fazer o inventário

A viúva enlutada

Assiste a tudo calada

Desfizeram a amizade

Filhos, netos e cunhadas

Por um parco vil metal

Que só alimenta a vaidade

Rosamaria Gurniak
Enviado por Rosamaria Gurniak em 13/11/2017
Reeditado em 29/09/2021
Código do texto: T6170829
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