Eu nasci em um dia qualquer de um mês fora de agosto,

Naquela tarde, noite ou manhã...

Tudo era lindo...

Tudo era maravilhoso...

Menos romper a proteção do cordão, do ventre, vindo daquele mundo que habita o espaço profundo de uma mãe.

Não sei,
Não fui,
Não vou.

Apenas me deram um registro, um nome e vieram assim os primeiros problemas.

Era agora um bebê datado e condenado a ser usado pelo sistema.

E todos os países e doutrinas tem seus sistemas.

Ou somos escravos cá, ou acolá.

Somente há liberdade no poema,
no canto,
na trova,
no verso,
na tinta,
na tela,
na corda, que não é a que ata o pescoço ao fim,
por que fim não há.

Não se iluda,
por que é melhor esperar
deixar a vida correr,
deixar o tempo passar
que desesperar...

Se não souber o que fazer,
escreva um poema besta,
que tudo passa,
até mesmo o nada!