POEMA DA AGLOMERAÇÃO

Ah ! Saudades tenho de ti

minha amada aglomeração !

Quando te via expandir

na tela da minha televisão !

Nós éramos a maioria !

Tu em pleno calor do dia !

O sol ardendo abrasado

e o Maracanã lotado...

És autora da frase; tamos juntos.

Domina tablóides e assuntos !

Há um bafafá na população

Ninguém quer ver aglomeração.

Choras a dor do isolacionismo.

Gritar teu nome é insulto.

Semana passada com cinismo

deram uma surra no tumulto.

Tu que amavas as massas

Corrias nas praças

Admirava o mar

O vôo das garças !

Agora triste tédio

Tua dor não tem remédio !

A lua pranteia tua solidão

Minha amada aglomeração !

Vivias cercada de abraços.

Desfilava na Barra da Tijuca.

Porém , agora vives acoitada

Tão coitada , tão biruta !

Um dia regressarás gloglo, sei

saltarás destes meus versos

vai cantar os teus protestos

uma coisa só te peço:

Falemos de amor

ao sair dos abrigos

e que eu possa abraçar

um milhão de amigos !

CARLOS HENRIQUE MATTOS
Enviado por CARLOS HENRIQUE MATTOS em 23/04/2020
Código do texto: T6925892
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