O OVICÍDIO DO POETA

Zero horas.

horas a zero.

Na caixa preta

que guarda

que aglutina

que denuncia

zero.

vazia.

O poeta vê as horas

zero conta o relógio

zero mais um

zero mais dois

zero bem depois.

Zero lembra círculo

circulo lembra bola

bola lembra ovo

ovo enche o oco

O poeta a zero

decide virar o jogo

ou melhor

o ovo

na frigideira.

Ovo às zero

horas

feijão, arroz

pimenta

zero vira oitenta.

oitenta por cento de chance

contra.

O ovicídio se apronta

Desce

remexe

remelexe

assenta.

Zero vira vinte

a favor

sobrevivi.

Ufa!

Monica San
Enviado por Monica San em 08/11/2007
Código do texto: T727987
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.