ORGULHO DE MIM
Se não me falha, pois, a memória,
Não estive por cima da carne seca!
Cansado de travar esse luta inglória,
Andando sempre de ceca em meca!
Só querendo apenas ser e ser eu,
Nunca acima do bem e do mal:
Alguém que em meandros viveu
Aqui e ali, tal como um vegetal!
Sinto-me essa coisa esquelética!
Sou um fraco, massa de manobra:
Sem nenhum traço de estética,
Meus esforços, sim, soçobram!
E... perdi, então, o elo da vida!
Igualam-me a saco de pancadas!
Não tenho eira nem beira e guarida,
Eu sou sempre motivo de piadas!
Deram assim, logo, de me chamar
Um sujeito micho, um simplório!
Num jogo nefando e... de azar
Pegam-me pra “bode expiatório”!
De quase nada é que me sublinham,
Filho espúrio de uma casta pária!
“Eu tenho servido de agulha🪡
A minha linha ordinária!”🧵
Estou, aqui, liso leso e louco,
Sirvo mesmo é de “gato e sapato”!
E hoje me pergunta um moço:
Oh, tu só vives pagando o pato?!