A Poesia do Peroá
A prancha submersa me leva
Mas nem sei se quero ir
Entre mares revoltosos e peroás nada gordurosos
O meu pileque cria monstros e mares assombrosos
Fiquei tonta, chamei quiosque de “quisque”
Tomei cerveja e arrotei fragmentos de whisky
Areias lotadas e espaço não há
Assovio para o garçom:
Me traga agora um peroá!
Minha mesa? Eu sento mesmo na rua
Engradados de cerveja me sustentam
E a cachaça eu tomo crua
Hoje, só hoje... Deixarei nas areias o meu coração
Quem sabe um pescador de bêbadas me leve de arrastão!
E o peroá... Tão pequenininho
Quanto mais incompleto
Mais aumenta o seu precinho
O sururu? Desapareceu da minha frente
A ostra? Não dá pra engolir demoradamente
A farofa? Lembra os farelos de minha vida
O peroá? Faz digestão em minha barriga
É hora de ir embora
Estou muito mais que tonta
Já chamei urubu de meu loiro
Mas primeiro tenho que pagar a conta
Quando chego em minha mesa improvisada
Tomo um susto, dou um grito, sinto medo
Meu peroá pequenininho e carnudo
Agora não passa de um esqueleto
Fui.......
Fui... E ainda acompanho o trem das onze
Irchi!!! O trio elétrico
RAUUUUULLLLLLLLLL...
Tô de frente pra o mar...
Mas pensei que fosse a "Lagoa Azul”