QUEM SEGURA A POESIA?

Em desatino vive minha cabeça

Tudo que meus olhos enxergam...

Num passe de mágica vira poesia

Palavras juntam-se e navegam.

E eu que me aperto, me avexo...

Em meio a um trânsito louco...

Silenciar o alarido dessas palavras

Não é brincadeira... que sufoco!

Tem horas que não há jeito

Esbarro num amontoado só...

Pra evitar acidente e as letras escaparem

Paro o carro, pego-as e dou um nó.

Amarro-as bem seguras

Com escrita no papel...

Uma de cada vez pulando feito criança

Me acalmo por instantes, não posso ficar pinel.

Mas pensamento só sabe pensar

Vejo-me num recomeço...

Não posso andar vendada

Em tudo poesia reconheço.

Amigos do meu querido recanto

Digam-me se tem remédio pra esse mal...

Socorram-me, por favor, preciso de luz

Penso ser maluquinha... anormal!