CONSCIÊNCIA PESADA
É sempre à noite...quando não há mais:
Grito solto de criança
Sinfonia desafinada de aparelho eletrônico
Nem fosforescência fraca das lâmpadas pela casa
É sempre à noite que escondo-me
Do animal arredio
Que toda noite insiste em transtornar a minha calma
Entro no meu quarto...fecho o ferrolho
Sob colchas envolvo-me...entre coxas encaixo-me
Ouço um crepitar de asas insano
Assombro!
Será que estou louco?
Num salto...tento expulsá-lo
Abro a janela
O bicho ameaça vôo
Tolo!
Em vão...esforço faço
Minha alma reza...é medrosa
Minha nossa!!!
Que coisa estranha
Simplesmente pavorosa
Será uma espécie mutável?
Rato com asas?
Não!
Consciência do homem
Como um morcego
...mostra-se
E por mais que a gente a ignore
À noite...sem pedir licença
Invade nossos sonhos
Para perturbar nossa paz
E confundir nossa memória