CONSCIÊNCIA PESADA

É sempre à noite...quando não há mais:

Grito solto de criança

Sinfonia desafinada de aparelho eletrônico

Nem fosforescência fraca das lâmpadas pela casa

É sempre à noite que escondo-me

Do animal arredio

Que toda noite insiste em transtornar a minha calma

Entro no meu quarto...fecho o ferrolho

Sob colchas envolvo-me...entre coxas encaixo-me

Ouço um crepitar de asas insano

Assombro!

Será que estou louco?

Num salto...tento expulsá-lo

Abro a janela

O bicho ameaça vôo

Tolo!

Em vão...esforço faço

Minha alma reza...é medrosa

Minha nossa!!!

Que coisa estranha

Simplesmente pavorosa

Será uma espécie mutável?

Rato com asas?

Não!

Consciência do homem

Como um morcego

...mostra-se

E por mais que a gente a ignore

À noite...sem pedir licença

Invade nossos sonhos

Para perturbar nossa paz

E confundir nossa memória

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 09/08/2008
Reeditado em 04/03/2011
Código do texto: T1119789
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