Caótica

A cama projetada, o espaço percorrido

e já não pertenço mais a este corpo

que pereceu. Feneceu diante do descaso.

As águas das chuvas

não levaram a podridão embora.

Exalou-se um ar fétido,

as paredes lacrimejaram acres e desgastes

mundanos.

Cores rochosas cativando no seio o brilho do sol.

Loucuras, estranhuras e rachaduras

rasgando a habilidade de permanecer

imóvel e estática diante da profusão

de absurdos.

E a faxina degustada, desgasta o pó que cobre a

mão,

que cobre o rosto, que cobre o desgosto.

Olhar no espelho um misto de exclamação.

Soerguer o corpo do chão

e brandamente bradar pro mundo

um pedaço do imundo que sobrou da

contramão.

Invenção do disse-me-disse

procurando a compaixão.

O colchão ensopado da triste

imperfeição.

O lençol estagnado

procurando cobrir a escuridão.

Sandra Vaz de Faria
Enviado por Sandra Vaz de Faria em 02/09/2008
Reeditado em 03/09/2008
Código do texto: T1158117
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