Ficções

Eu quero todos os sonhos

Eu quero toda as ilusões

Eu quero toda as mentiras

Eu quero toda as ficções.

Que venham os reis

Que se intrometam as bruxas

Que apareçam as princezas

Que renasçam os magos.

Vamos brincar de tudo

Que aceitemos as verdades lúdicas

Que trespassam o insosso da realidade

E sejam elas de utilidade pública.

Que o pensamento seja a máquina do tempo

E o chão palco abençoado

Onde nós atores indisciplinados

Captemos ondas de gozo e burilamento

Os personagens que ainda não nasceram

Se despregaram um dos outros

Onde até então se roçavam nus e inconscientes.

Que eles tomem pensamento, corpo e roupa.

E partam para a ação intensamente.

Não os conheço, mas eles já gritam em meu ouvido

Querendo que eu dê-lhes a luz com meus dedos e minha mente

E eu finjo que os ignoro, enlouquecendo-os

E eles me enlouquecendo num só gemido.

São piratas, prostitutas, imperadores,

Gays, padres e doutores.

Monstros, príncipes, bandidos,

Donas de casas, crianças e mendigos.

Anjos, duendes e anônimos,

Fadas, ninfas do bosque e demônios.

Malandros, homens sérios, falsos morenos,

Verdadeira louras, falsas virgens, nós mesmos.

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Marcio Rufino
Enviado por Marcio Rufino em 18/10/2008
Reeditado em 18/10/2009
Código do texto: T1235767
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