DESAFIO II

Uma vez eu fiz uma poesia

e o mestre achou muito grande

eu, submissa, a despedacei toda

despedacei alí minha emoção.

A burra velha não entendia o amor, gigante

era métrica, bê-a-bá

cadê a coerência do aprendiz?

Ta no chão, materialista

Matéria!

Varre, Ventania, essa velha da minha vida.

E eu falando de coisas fúteis

sou tão ridícula quanto as coisas

Varre a fala, ventania

deixe o fútil

que o nome do mestre era Graça

tem graça? A Graça virou poesia.

Tartaruga, inútil!

Você vem, não vem?

Aparece lá em casa

as chaves, as portas, a janela de ouro

já estão destrancadas

taciturnas...

soturnas...

e eu: sub-imunda.

Maíra Novoa
Enviado por Maíra Novoa em 21/03/2006
Código do texto: T126075