"Sangue da Alma"

Flagelos de um piscar carente,

Quebra a corrente,

No sentido dos olhos

Que o coração já não prende.

Sacrifício sem saciar-me,

Bebo goles no vinho negro,

Lâmpadas que acendem e apagam,

Ao latejar do mundo inteiro.

Sou filtro no filtrar do sangue,

Sou também o tubo que o carrega,

Sou um corpo mesmo esquecido,

Que não se arrasta e nem se entrega.

Sou alma apagada,

Mergulhado no mar da dor,

Sou sombra na noite fria,

Sou nas trevas uma flor.

Aparo as barbas do mundo,

Almas que somem entre a carne,

Sangue nos pés imundo,

Manchas que matam sorrindo,

Num gargalhar completamente mudo.