DESVARIO!
 
Antes que tu surgiste em meu caminho
Em mim vivia tímida ovelha...
Mas tu chegaste, abrindo espaço
Enlaçou-me com teu forte braço,
Fazendo-me corar – face vermelha!
 
Em tempo a doce ovelha sucumbiu
E em seu lugar, a voraz fera
Soltou o seu rugido de desejo.
Em noites de solidão eu fraquejo
Alimentando em dores esta espera!
 
Ah! Fera destemida e faminta
Em desvario se lançou na rede...
Que te busca na cama, sem rodeios
E que, para te ter, não mede os meios
Para que tu sacies esta sede!
 
Se de mim te afastas, eu me perco
Em redemoinhos de amargura...
Liberto em mim o que eu desconheço
Vagando pelas ruas - enlouqueço
Posto que és um mal que não tem cura!