Acordes
Acordes
Teus dedos nas cordas despertam demônios, enquanto o meu anjo adormece
Então, reverberam acordes que tangem a atmosfera atingindo meu peito
O ar se adensa, porém rarefeito me escapa às narinas que em vão o perseguem
Meu corpo desperto se rende aos ouvidos que, então, o dominam
Acordam fantasmas que, crendo já mortos, não me incomodavam
Acordam sentidos que desconhecia no vácuo da lida
Acordam conceitos p´ra falsos preceitos, em que descansava
Teus dedos nas cordas acordam dois medos, dois medos além dos que eu tinha:
De crer no amor verdadeiro sabendo, ao perdê-lo, que nunca o encontrara
Desvelar a verdade cifrada em acordes, que soltam tua alma ao prenderem a minha
(Djalma Silveira)