Você e eu na Cibernética

Nem precisamos confessar

Falar nem sequer precisava

Um olhar quem sabe um dia...

Tentei cruzar os dados

Decifrar as combinações

Entre bist e bytes confusos

programados no meu processador

Nos encontramos na cibernética

Nos meios de tantos binários

Códigos e hexadecimais

Transformando em letras

As vezes coisas tão banais

Sua voz chegou em mim

Através de impulsos elétricos

Estava tão próximo

E ao mesmo tempo longe demais

O toque naquele instante

Seria choque demais

Foi melhor assim

Setimos o gosto do querer

Te digo com certeza

Que sorri o tempo todo

Me imaginando importante

Motivo de tamanha atenção

Foi tão bom a transmissão

Todos os fluidos aqui armazenados

Nas trilhas de meu coração

E agora seguimos assim

Voce aí do outro lado da tela

e eu aqui tentando arrancar do peito

o virus que se instalou aqui.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 05/02/2009
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