Disperso na Agonia
Noite chuvosa,
De solidão,
De tristeza e de alegria.
Manto negro, lacrimoso,
Entrelaça-se em meu ser,
Aconchega-me calorosamente
Com sua frieza,
Com seu desespero.
Conduzi-me a insanidade,
Rasga meus tímpanos
Com teus gritos de tristeza,
Faz-me chorar com tua melancolia.
És tão pura,
E tão sentimental,
Que refugiar-me
Em teu sofrimento,
É fazer parte dele,
É conhecer a mim mesmo
É tentar compreender... Enlouquecer...
No infinito de teu obscuro
Sinto-me
Liberto, simplificado.
Como és bela!
Chego a quere rasgar
Meus pulsos,
Derramar este sangue desgraçado,
Sentir tuas lagrimas
Nessa carne miserável
Sentir tua magnitude
Desesperando meu ser,
Na árdua e dolorosa psicose.
Como és linda, esplendorosa.
Deixa-me ao teu lado,
Não és falsa e nem humana.
Noite chuvosa,
De solidão e desgraça
De morte e vida.