Ipueira

Ainda bem que teu rio transbordou e me invadiu

Eu que andava assim tão sozinha e sentindo frio

Tua água chegou de mansinho, assim devagarinho

Acabando com minha secura meu leito eternizou

Sem saber que tuas sobras me ajudaram a não morrer

Ficas feliz ao ver em seu leito tanto barco passar

Aproveito-me de teu remanso, de teu “tanto”

Pra poder assim com esses retalhos da ausência me abrigar

Agora molhada, invadida e suavizada pelo teu balançar

Vou me entregar inteira, faceira feito feiticeira a dançar

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 25/02/2009
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