As quatro folhas.
Seus lábios possuem espinhos.
Que outra explicação,
Já que meus olhos transbordam
Sempre que nossas bocas se tocam?
Estamos nós nus
Sobre uma cama com lençóis azuis.
O que nos cobre somente maresia
Que a branda brisa trazia.
As quatro folhas,
Folhas não nascidas,
Folhas feitas de madeiras maciças,
Abertas duas dentro duas fora,
Permitindo a presença da noite agora.
As cortinas da consciência semi-serradas
Trazendo o prazer para dentro de nós.
O mar lá embaixo
Perseguindo o horizonte negro
E nós aqui dentro encharcados
De tanto nos chocarmos.
Meus ouvidos esperam inquietos
Ansiosos, o som que me entorpece
Penetra e delira minha mente
Repentinamente exploro regiões selvagens
Sem tocar os pés no chão.
Desconecto da carne.
Não há sentido a ser suprimido ou intensificado,
Posso ver e sentir todas as cores em você.
Sem razão de ser escondido ou justificado.
Eu estou aqui, você está aqui você também.
A parede se rasga, se abre, se surge então.
A vida lá fora quer que sejamos paisagem.
Singelo sorriso e o quarto se enche de estrelas,
Manso gemido, que se confunde ao marulho,
Que percorre a nuca,
Dividindo-se entre meus ombros,
Confere vida aos capilares.
Fecho os olhos e vejo estrelas
E esta luz é seu rosto, seu rosto!
Se eu precisar estar perto,
Esteja perto também!
Antes, não posso e não quero
Este lugar que nunca quis estar.
Agora, com você quero conhecer e ficar.