As quatro folhas.

Seus lábios possuem espinhos.

Que outra explicação,

Já que meus olhos transbordam

Sempre que nossas bocas se tocam?

Estamos nós nus

Sobre uma cama com lençóis azuis.

O que nos cobre somente maresia

Que a branda brisa trazia.

As quatro folhas,

Folhas não nascidas,

Folhas feitas de madeiras maciças,

Abertas duas dentro duas fora,

Permitindo a presença da noite agora.

As cortinas da consciência semi-serradas

Trazendo o prazer para dentro de nós.

O mar lá embaixo

Perseguindo o horizonte negro

E nós aqui dentro encharcados

De tanto nos chocarmos.

Meus ouvidos esperam inquietos

Ansiosos, o som que me entorpece

Penetra e delira minha mente

Repentinamente exploro regiões selvagens

Sem tocar os pés no chão.

Desconecto da carne.

Não há sentido a ser suprimido ou intensificado,

Posso ver e sentir todas as cores em você.

Sem razão de ser escondido ou justificado.

Eu estou aqui, você está aqui você também.

A parede se rasga, se abre, se surge então.

A vida lá fora quer que sejamos paisagem.

Singelo sorriso e o quarto se enche de estrelas,

Manso gemido, que se confunde ao marulho,

Que percorre a nuca,

Dividindo-se entre meus ombros,

Confere vida aos capilares.

Fecho os olhos e vejo estrelas

E esta luz é seu rosto, seu rosto!

Se eu precisar estar perto,

Esteja perto também!

Antes, não posso e não quero

Este lugar que nunca quis estar.

Agora, com você quero conhecer e ficar.

Steven Julie
Enviado por Steven Julie em 19/05/2006
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