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NA LOUCURA DO NADA!
 
 
Varei noites e madrugadas frias
Pedi socorro ás estrelas
Ainda que não pudesse vê-las
Andei por caminhos que desconhecia
Implorei por ajuda à lua
Despi-me de orgulho, fiquei nua
E meus pés não se cansaram...
 
Encontrei-me com andarilhos
Tão perdidos quanto eu me via...
Seus olhos já nem tinham brilho
Nossa linguagem não coincidia
Não entendia o som do vento
Era o mais negro firmamento
Que meus olhos vislumbraram!
 
Pedi abrigo na tempestade
- era só o que me restava...
Fugi de mim na escuridão
Solitária em que eu estava.
Ouvia o som surdo da cidade,
As buzinas, os gritos dos loucos
E eles não me resgataram!
 
... E antes que seja tarde,
Alguém, de socorrer-me, há de!