Disfarçada de Anjo

Gosto da tua escrita,

falando de amores, rancores,

de ser caneta proscrita

que lança pedras e flores.

Gosto dos teus poemas;

bondosas, malcriadas letras,

que xingam ou são amenas,

são coloridas ou pretas.

Teus versos matam e morrem,

sangue e esperma derramam

e antes de sair, êles correm,

nas tuas veias, reclamam.

Tua boca se abre em poço,

escancara o peito e sai.

Não sei se da fonte ou fosso,

lambo o verbo que cai !