O Amor e o Louco

Eis que este sentimento desvirtuado

Que me corrói internamente

Como um animal selvagem encarcerado

Parece que vai me rasgar o peito à dente

Esta fera, que provou-se incontrolável

Tolhendo-me os sentidos e a razão

aninhou-se tão profundamente que é provável

Que há de me acompanhar até o caixão

Nenhum remédio, licor ou cirurgia

Pôde acalmá-lo um só momento

Não há amigo, mulher ou boemia

que faça calar o seu lamento

Eu vou enlouquecer, amigo Alfredo!

Nada me resta senão o suicídio

Eu sei, esta idéia geralmente causa medo

E nos é tão repulsiva quanto o homicídio

Mas, defrontarei este monstro num duelo

Um de nós há de morrer, e por certo

Que nesta morte não haverá nada de belo

Hás de me ver agonizar com o peito aberto

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 19/01/2010
Reeditado em 19/01/2010
Código do texto: T2039514
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