Vestida de azul

Nem sei o tom do azul da tua boca

Inventei a letra da canção

Dancei com os acordes do piano

Inventei um emoção tamanha

Gargalhei de dentro das entranhas

A dor nem quis chegar

A solidão acompanhou de longe

Aquele balé bizarro e enternecido

Teus olhos gritaram pra mim

De um sussurro azul saiu um beijo

O vento acompanhado trouxe o cheiro

Do teu querer alucinado

Eu ainda não tinha cantado

Quando a chuva veio de mansinho

Molhando o azul do nosso encontro

Fazendo piruetas de carinho

Teus braços me levaram para o alto

Então olhei o azul do céu

As gotas no meu rosto desenhavam

O movimento da aquarela móvel

Onde meu vestido molhado mostrava

Todo o caminho a percorrer

Teu olhar me foi bastante

E todo azul se fez nascer.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 08/02/2010
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