Calo-me...
Pergunto vezes sem conta
Onde falhou?
Quem me embrulhou?
Sei que fui eu
Somente eu
Mea culpa
Porém, permaneço febril
Numa fogueira minha
Nem olho o meu reflexo
Sou uma porcaria?
Porque aguento?
Tudo escorre em mim
Sou a presa certa
Aos poucos a nostalgia
Alvo da vilania
Arrancam-me pedaços
Em assaltos pensados
Palhaço no desencanto
Calo-me…
Até quando conseguirei
Manter a postura erecta
Dançar este bailado
Bater palmas
Num refrão calado
Só me apetece desaparecer
Estou farto de não ser
Passou mais um dia difícil
Mais um dia sem estilo
Nesta penitência lenta
Acredito no sonho
Mesmo que ele queime
É o sonho que me sustenta