Calo-me...

Pergunto vezes sem conta

Onde falhou?

Quem me embrulhou?

Sei que fui eu

Somente eu

Mea culpa

Porém, permaneço febril

Numa fogueira minha

Nem olho o meu reflexo

Sou uma porcaria?

Porque aguento?

Tudo escorre em mim

Sou a presa certa

Aos poucos a nostalgia

Alvo da vilania

Arrancam-me pedaços

Em assaltos pensados

Palhaço no desencanto

Calo-me…

Até quando conseguirei

Manter a postura erecta

Dançar este bailado

Bater palmas

Num refrão calado

Só me apetece desaparecer

Estou farto de não ser

Passou mais um dia difícil

Mais um dia sem estilo

Nesta penitência lenta

Acredito no sonho

Mesmo que ele queime

É o sonho que me sustenta

Kadú
Enviado por Kadú em 14/03/2010
Código do texto: T2138044
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