ILUSÃO ALIMENTA

Dizia que o poema foi feita para ela e eu nunca vou desdizer.

Para que matar uma ilusão e secar uma fonte de prazer?

Meu verso tem o seu nome mas é dirigido a outra pessoa,

Como posso lhe dizer a verdade se a mentira seu ego abençoa?

Como posso desprezar uma lição de vida tão rica?

Ela se acha uma musa e eu o operário que fabrica

As ilusões para o viver dela não ter uma só tristeza,

Tendo até modificado seus passos,andando com mais leveza.

Ela se achou ali e não quiz ficar indiferente a este agrado.

Por isso,corteja aquelas palavras como se fosse um namorado

Que lhe prometeu amor eterno e a certeza de um renascer.

Ao evocar seu nome,não previ a cumplicidade com sua memória,

Vindo à tona com passagens que o poema julgava ser transitória

Mas para ela,um arquivo repleto de lembranças para reviver.

Cléo Ramos
Enviado por Cléo Ramos em 18/03/2010
Reeditado em 29/05/2010
Código do texto: T2145813