A cor do nosso encontro

Era dia nem lembro

A hora pouco importa

De dentro daquela porta

Saia minha alma vazia

Entrava meu corpo coberto

Por definições suas

Minhas mãos desenhavam estranhas figuras

Ditadas por sua imensa loucura

Éramos bizarros escravos da vontade atrevida

Num emocionante encontro dentro da vida

A cor indefinida era a música

A orquestra invisível tocava

Cada aplauso era a certeza

De que a platéia gostava

Paredes, janelas, multidões

Passavam diante da exposição

Nem olhávamos apressados

Em saciar desejos esgotados

Pelo tempo perdido na ilusão

Cada gesto pintava uma cor

De um lado da estrada que ria

Do épico que escrevíamos

Na imensa tela de um dia.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 23/03/2010
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