A beira do caminho

Já não luto mais com minha confusa alma

Entrego-me ao sabor dos ventos

Aqueles em que a sinfonia toca

Onde os fantasmas dançam na minha frente

Quero a ilusão do obvio, do absurdo

A incoerência do não dito

O beijo que não aconteceu

A nudez do dia em que te conheci

Já não me importo com a demora

Acostumei com o tórrido entardecer chuvoso

Espero aqui nesse meu mar que invento

A tua passagem no caminhar solitário

Sem perceber que estou tão perto

Sem notar que derrubou meu muro

Sem sequer ver que quebrou meu gelo.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 25/03/2010
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