Mundo meu

Meu suor numa balança

Minha vontade de esperança

Minha sede de saber

Minha vontade de te ver

Minhas ondas indo e vindo

Meu tempero intempestivo

Meu olhar tão profundo

Meu lugar nesse mundo

Minha busca do reflexo

Minha retórica, meu verso

Minha escrita sem nexo

Minha certeza de não ser

Minha busca por prazer

Meu contorno tão confuso

Meu precipício particular

Meu abismo, meu abrigo

Minha alma tão antiga

Meu corpo tão arisco

Meu canto sem esquina

Minha brisa tão cantada

Meu perder na madrugada

Minhas mãos contendo nada

Meu sangrento corrimão

Meu eco calado e morto

Meu caminho todo torto

Meu pulsar do coração

Meus ganhos, minhas perdas

Minha poeira na estrada

Meu amor ou quase nada

Minha doce ilusão

Meu andar estranho e louco

Meu pisar na contra mão

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 24/04/2010
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