O azul me basta

Sinto o infinito gritar latente

Dentro de meu tudo aqui presente

Não há mais história, novela, canção

Que fale de meu amor infinito

A cor me ensina a viver, esse ar

Coisas acontecem por mim

O pintor se foi e não voltou

As paredes ainda estão perfeitas

Falta a tinta na varanda florida

Essa cor me veste inteira

Canto para continuar vivendo

Sendo eu mesma a música, o som

Me faço e desfaço sem teu abraço

Quero a cor definida pela presença

Sem o tato lógico dos amantes perdidos

Quero o muito do encontro não vivido

Laços frouxos, som nó, sem embaraço

Morrer de amor sem ter vivido

Nadar no mar desse azul que traço

Me faz sentir a vida que visto

Sem piscar, sem medo, sem pensar

O absurdo já dança comigo

Dentre todas eu sou a sem par

Escolha que fiz no meu caminhar

Amar sem ser vista por quem passa

Presa em um olhar sem memória

Lembrança que fica sem história

Lugar que não existe e não chega

Sonho que insiste em não ser

F. SANTOS

Pinto de azul os meus sonhos

Azul é a nudez a que exponho

Meu pranto e o meu cantar

Também o medo e a coragem

De azul eu pinto a paisagem

Na alma e no meu pensar.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 14/07/2010
Reeditado em 13/02/2013
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