Transtorno de personalidade

Às vezes sou tão paranóica,

Me vejo com tanta desconfiança,

Que penso que as pessoas,

Só querem vingança,

Há neles uma má intenção,

Não vão me contar,

No fundo eles só irão,

De eu aproveitar.

Mas hoje estou histriônica,

A procura de doentia atenção,

Me tornando cômica,

Perdendo-me na dramatização,

Brincarei de teatro,

Não saberei quem eu sou,

Disfarçarei meu retrato,

Em busca de louvor,

Mas há momentos em que sou esquiva:

Cheia de sensibilidade,

Esqueço que estou viva,

E duvido da minha capacidade,

Mas ontem eu estava tão dependente,

Que não tive coragem,

De dizer o que penso,

E rejeitarem minha imagem

Mas há dias que de tanto narcisismo,

Me sinto no poder,

Sempre com exibicionismo,

Fazendo alguém sofrer

Mas também sou tão obsessiva,

Que não consigo me concentrar,

Preocupação tão relativa,

Mas que faz do mundo eu me desligar.

Mas com momentos de tanta carência,

Me sinto como uma limítrofe,

Seguindo uma dolorosa seqüência,

Chorando mais uma estrofe,

Os impulsos não dominados,

Indo sempre aos extremos,

As pessoas idealizadas,

Alto estima no sereno.

Estou agressiva,

Peço que me ame,

Por mais que eu o maltrate,

Por favor não me abandone!

Os cortes me ferem,

Mas a dor não se sente,

Talvez por ser esquizóide,

Seja tudo indiferente,

Estou tão fria,

Que não me importarei,

Com a medonha alegria,

Que de você terei,

Mas amanhã serei esquizotípica,

Viverei da minha ilusão,

Sem uma realidade explicita,

Voltarei novamente à solidão!

Bruxinha Renata
Enviado por Bruxinha Renata em 19/07/2010
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