Delusão

Quando se deu por conta estava sozinha.

Olhou para o lado, achou graça.

Perdeu o caderno e ficou nua

Sentiu um frio de arrepiar os pêlos

E sentou-se na calçada.

Quando se deu por conta anoiteceu.

Olhou para o céu e nenhuma estrela havia

Nem mesmo a Lua quis fazer-lhe companhia

Sentiu um frio de arrepiar os pêlos

E foi pra casa sozinha.

Quando se deu por conta se perdeu

Olhou ao redor e a rua não conhecia

Calou, desolada, o desespero.

Sentiu um frio de arrepiar os pêlos

E continuou a caminhar perdida.

Quando se deu por conta encontrou-o

Olhou nos olhos, que disseram tudo.

Não houve palavras, nem mesmo gestos.

Sentiu um frio de arrepiar os pêlos

E seguiu acompanhada a vida.

Quando se deu por conta apenas sentia

Olhou pra ele, tão perfeito.

Contemplou a beleza que resplandecia

Sentiu um frio de arrepiar os pêlos

E valorizou cada segundo que dividiam.

Quando se deu por conta estava sozinha.

Olhou para o lado e desconhecia

Passaram-se meses, semanas, séculos.

Sentiu um frio de arrepiar os pêlos

E percebeu que entristecia.

Quando se deu por conta encontrou

Olhou para a Lua que lhe sorria

Tornou-se plena e contente.

Sentiu um frio de arrepiar os pêlos

E feliz, sorriu-lhe pra sempre.

Morgani Guzzo
Enviado por Morgani Guzzo em 01/10/2006
Código do texto: T253909