Em ruas nuas

Em ruas nuas

Arcabouço mental, uma joalheria

Diagramada, ornada e mal cuidada

Com prata, ouro, cristais, pedrada

Na vidraça, no anel, na correria

Um mendigo que pede esmola

Um carro que passa correndo

Sangue de menino

Sangue de virgem

Sangue de viagem

Sangue de pilhagem

Prostitutas e protitutos

Maldita viadagem

Maldita consumação

Corpos comidos e restos

Vidas que andam sem gestos

Maldita ambição

Maldita seja a aflição

Ruas confusas e um crime

Uma realidade sem roupagem

Teu mundo que me redime

Me cria mais visceral que dantes

Em figuras proscritas de catedrais

De malditos engomados, viscerais

Comensais, preciso mais adjetivos

Mais deploráveis em idioma natal

Sim, insultos para os que vivem de indultos

Salvos de um mundo que criam

Pasquins mesquinhos, manipulados

Ainda vejo a joalheria de vidraça quebrada

Minha mente que jaz rachada

Uma bota na cabeça, um cano na boca

Nunca quis a voz fraca que falei

Uma vida! Uma vida? Sim tua vida

Mas onde, me perdi, não achei

Nem uma franca mentira despida.

Lord Brainron

lordbyron
Enviado por lordbyron em 15/12/2010
Código do texto: T2672977
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.