Versos de um Traidor

Versos amargos...

Eu os recito para o nada

Escrevo-os e depois engulo-os

Faço isso, mas o sabor não me agrada

Como o beijo da fêmea ao meu lado

Ela dorme, sem saber do meu vício

Que seus lábios só me têm amargado

e que venho lhe fingindo desde o início

Prazeres esparsos

Eu os tenho eventualmente

A maior parte dos dias

Passo-os numa estase doente

Lembrando que enquanto dormias

Eu repousava em outros seios

E ralhava contigo quando acordado

Escarnecendo dos teus receios

Felicidade condicional

Eis o meu problema

Eu amo tudo o que sofre e apodrece

E eis que um dilema

Maldito! Sempre renasce

Quanto mais eu amo, mais eu traio

E assim ela vai morrendo

Fenece como se atingida por um raio

Sempre que eu volto com o dia amanhecendo

Homicida emocional....

Eu mato a minha consciencia

traio, ignoro, e abandono

e ela se mantêm, com paciência

sempre aos pés do dono

E cada gota que ela sangra

me fortalece e me alimenta

cada lágrima que derrama

me impulsiona e me sustenta

como um Dissoluto neste mundo

como um poeta vagabundo

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 24/01/2011
Código do texto: T2749706
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